As redes sociais já deixaram de ser ferramentas de diversão e entretenimento. No mundo corporativo, elas são meios de promoção de serviços e produtos, de captação da opinião dos consumidores e de integração de ideias. As empresas que se deram conta da importância dessas ferramentas estão se dando bem. E os profissionais que fizeram desses meios suas ferramentas de trabalho também.
Analista de redes sociais, profissional de mídias sociais, social media. São muitos os termos utilizados para denominar esse novo profissional que cresce no mercado, bem como são muitas as dúvidas de quem vê essa atuação de fora. Trabalhar com o Twitter, Facebook, Orkut e outras ferramentas de interação disponíveis na rede pode parecer fácil e irrelevante. Mas atuar nessa área exige discernimento para captar o que interessa, analisar informações e traçar estratégias.
“De maneira geral, o profissional de mídias sociais elabora, executa e monitora as estratégias de promoção de produtos e serviços nas redes sociais”, explica a vice-coordenadora do curso de extensão de Mídias Sociais da FAAP, Andréa Mello. Ela explica que as empresas já perceberam a importância da interação que a web oferece e que por meio dela é possível conhecer os interesses e gostos do público. É nesse cenário que o mercado de trabalho para o social media se estabelece.
Nas redes sociais, é possível ter uma reação quase imediata das ações de promoção de produtos e serviços efetuadas pelas empresas. Mas é preciso que alguém esteja atento a essas reações. “As informações estão mais próximas e por isso é preciso ver esse lado mais analítico da profissão: é possível mensurar tudo, todos os resultados dessa ação”, afirma Andréa. Para isso, mais que saber lidar com as redes sociais, os profissionais que trabalham com elas devem ser dinâmicos e capazes de perceber formas rápidas de responder às demandas dos consumidores no meio.
Heavy user
A publicitária Jaqueline Nascimento de Oliveira, 23, não fica longe da internet por muito tempo. Onde quer que ela esteja, o smartphone está sempre ligado e conectado às redes sociais. A profissional de mídias sociais, contudo, leva a sério essas ferramentas. “As redes sociais se tornaram ferramentas de relacionamento direto com o usuário. E é uma área que tem tudo para se consolidar”, afirma.
Ela aposta mesmo no crescimento da profissão. E, desde a época da faculdade, já começou a atuar como social media e hoje, recém-formada, trabalha na área em uma agência em São Paulo. Para ela, a formação em Publicidade e Propaganda fez diferença. Mas Andréa Mello, da FAAP, afirma que para um profissional de mídias sociais conta mais o perfil que a formação. “A área de mídias é muito nova e por isso é importante entender primeiro a dinâmica desse meio”, diz. “Para trabalhar nessa área, a pessoa precisa estar aberta para o novo, ter visão analítica para trabalhar com pessoas e ter estratégia”.
Claro que essa falta de formação específica se deve ao fato de a área ainda não estar sedimentada no mercado de trabalho. Para quem busca esse tipo de atuação, porém, cursos específicos começam a surgir. É bom ficar atento a isso, pois conhecer as redes sociais não faz de todos um profissional dessas ferramentas. “Se ele é um heavy user é uma vantagem, mas isso não faz dele um especialista”, afirma Jeff Paiva, diretor de Interatividade da Neotix Agência Interativa, de São Paulo. “A formação está começando a aparecer agora, mas ainda não é condição”, diz.
Com experiência de quase dez anos com meios digitais, o jornalista e publicitário sabe a força que as redes sociais têm para as empresas. Como sabe também que não são todos que se tornam bons profissionais dessa área. Ele explica que as agências de publicidade estão cada vez mais incorporando as mídias sociais como uma área estratégica e que um social media pode atuar em três nichos: produção de conteúdo, planejamento e suporte.
Para todos eles, a visão integrada é importante. “Quem está entrando nesse mercado agora tem de pensar em uma linguagem integrada, pensar em compartilhar e comparar a informação que recebe”, avalia Paiva. A remuneração desse profissional flutua e segue, de maneira geral, a de um publicitário. Paiva explica que um analista júnior começa ganhando em torno de R$ 1,5 mil – valor que pode chegar algo entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, considerando profissionais mais sêniores.
Modismo ou necessidade?
É fato que o mercado de trabalho para os profissionais de mídias sociais está aquecido. Mas até quando? Para os especialistas e profissionais por muito tempo. “Sempre tem uma novidade nessa área, mesmo que uma rede desapareça, outra ainda mais eficiente surge no lugar”, acredita Jaqueline, que não pensa em sair da área tão cedo.
“Do ponto de vista de ferramentas, a internet é um meio incerto. Mas as marcas estão mais humanizadas e as mídias sociais trabalham justamente essa relação com o público”, enfatiza Andréa. “Com isso, a tendência é que esse profissional se desenvolva mais”, avalia. A grande questão, para a professora, porém, não é o futuro. “Mudanças sempre ocorrerão, mas é preciso percebê-las e tirar proveito delas. E entender os impactos que elas trarão para o trabalho hoje”.
Por isso, para quem atua e para quem quer trabalhar como um social media, o caminho é um só: “estude”, afirma Paiva. “Uma das grandes vantagens desse mercado é que todo o ferramental está disponível na web, então, você precisa compartilhar e descobrir o novo. E saber na ponta da língua quais são as ferramentas disponíveis hoje”, conclui.
Fonte: Administradores
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