sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Arquitetura de informação, que diabo é isso?





O grande desafio é convencer a alta administração das empresas a investir tempo e dinheiro em pesquisas para o embasamento de uma sólida estratégia de Arquitetura de Informação.


De acordo com os gurus Louis Rosenfeld e Peter Morville, o desenho (e o redesenho) de sites complexos deve ser precedido de pesquisas para gerar um sólido planejamento estratégico de Arquitetura de Informação. Com as pesquisas, visaremos a conhecer os objetivos do negócio, dos usuários, assim como a ecologia informacional da organização.


Infelizmente, no mundo profissional atual, realizar pesquisas é fato incomum. Em muitas empresas, a simples pronúncia da palavra “pesquisa” gera arrepios e imediatas reações de resistência:




– Pesquisas?! Nós não temos tempo nem dinheiro para isso!
– Já sabemos tudo o que queremos.
– Nós já fizemos as pesquisas.
– Você está louco?!


Apesar de haver razões por trás desses argumentos, o arquiteto de informação deve encontrar a maneira ideal de comunicar à organização a importância de desenvolver pesquisas em AI.


Em primeiro lugar, as pesquisas vão requerer um belo quadro conceitual do ambiente no qual a informação é produzida e, através do qual, pretende–se que chegue ao usuário final. Para isso, podemos nos guiar pela figura, que apresenta um modelo de abordagem equilibrada, com as três dimensões da AI:


Contexto. É crítico começar com um entendimento claro sobre os objetivos da empresa e sobre o seu ambiente político. Ignorar o contexto e a realidade empresarial do negócio é tão preocupante quanto ignorar os próprios usuários. É lógico que o objetivo é o “projeto centrado no usuário” e não o “projeto centrado no executivo”, mas também é importante adotar um equilíbrio político e diplomático adequado para chegar a um bom termo.


Para alcançar esse equilíbrio, deve–se considerar fatores como a cultura organizacional, os objetivos de curto e de longo prazos, o plano de negócios, os aspectos financeiros, os recursos humanos, a visão dos formadores de opinião e dos stakeholders, os prazos e a infra–estrutura tecnológica. Esses serão os fatores críticos para o sucesso da AI.


Conteúdo. A compreensão com o conteúdo é ultranecessária. O conteúdo de um web site dos grandes poderá incluir documentos, bancos de dados, metadados, tabelas, aplicativos online, serviços, imagens, arquivos de áudio e vídeo, animações, páginas pessoais, mensagens e demais conteúdos atuais e futuros.


Usuários. Esta é a dimensão fundamental. Segundo Deborah Mayhew, o princípio fundamental do projeto de interfaces – do qual derivam todos os outros princípios – é conhecer os usuários. Não há por que não considerarmos que este princípio se estende a toda a Arquitetura de Informação. Para a autora, o erro comum dos desenvolvedores de interfaces seria fazer duas pressuposições: primeiro, que todos os usuários são iguais; segundo, que todos os usuários são iguais ao próprio desenvolvedor.


Com o objetivo de conhecer os usuários, nenhuma abordagem única de pesquisa será suficiente. Captar necessidades, prioridades, comportamentos, modelos mentais e estratégias de busca de informações representa um desafio multidimensional, que pode envolver diferentes técnicas. Essa fase da pesquisa é a que investigará tanto as audiências como as tarefas, as necessidades, os comportamentos, as experiências e o vocabulário dos usuários.


Na definição de amostras de participantes  da pesquisa, deve–se estabelecer o balanceamento entre a visão tradicional da organização sobre quem são os seus clientes (por exemplo: empresários, jornalistas, administradores públicos, legisladores etc.) e as categorias que interessam à AI (exemplos: usuários experientes ou não em tecnologia, usuários de diferentes níveis educacionais e culturais, jovens, idosos, deficientes etc.)


Para finalizar, vamos ressaltar o grande desafio da AI. No mundo atual dos negócios – competitivo e acelerado –, por vezes torna–se difícil convencer a alta administração das empresas a investir tempo em pesquisas para o embasamento de uma sólida estratégia de Arquitetura. É por isso que, segundo Rosenfeld e Morville, muitos administradores ainda confundem o que os usuários querem com o que seus chefes querem, e o que eles pensam que os usuários querem com o que os usuários realmente querem.




Fonte: [Webinsider]

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