terça-feira, 30 de agosto de 2011

Comércio eletrônico não encontra profissionais qualificados


Mercado em expansão abre oportunidades para quem tiver uma visão geral do negócio


O aquecimento do comércio eletrônico brasileiro abre cada vez mais oportunidades para os profissionais. Hoje, no entanto, o mercado enfrenta o desafio de encontrar pessoas qualificadas para ocupar as vagas oferecidas, que pagam salários de até R$ 12 mil. As escolas tradicionais de graduação e formação profissional ainda não conseguem formar profissionais para atender a crescente demanda, deixando a tarefa a cargo das empresas.
Manter a sustentabilidade do negócio é outra dificuldade para os varejistas na internet. De acordo com uma pesquisa realizada pela Ecommerce School, entre janeiro e agosto de 2011, há 23 mil lojas virtuais no Brasil. Mas, deste total, apesar do crescimento de 24%  das vendas do e-commerce no primeiro semestre de 2011, em relação ao mesmo período anterior, de acordo com a e-bit, apenas 30% estão ativas, ou seja, investem em divulgação e realizam ao menos 10 vendas por mês. A estimativa é que, até 2014, o número chegue a 45 mil e a proporção de lojas ativas se mantenha.
Entre os principais obstáculos para o desenvolvimento ainda maior dos varejistas virtuais estão a falta de conhecimento e planejamento. “Um grande erro é a escolha da plataforma, que deve caber no orçamento e não gerar um custo fixo elevado. Hoje há desde opções gratuitas, até as que custam R$ 200 mil. Saber definir é fundamental para o sucesso”, conta Mauricio Salvador, fundador, coordenador e sócio da Ecommerce School, em entrevista ao portal, lembrando que é possível abrir uma loja online com menos de R$ 50,00 por mês.
Empreendedorismo domina o e-commerce brasileiro
Seguindo a perspectiva de 45 mil lojas em funcionamento até 2014, a previsão é que sejam gerados 34 mil empregos diretos e mais 50 mil indiretos no comércio eletrônico nacional no período. Entre os postos abertos há oportunidades para praticamente todas as áreas de atuação em Marketing, comunicação e vendas, como diretores, gerentes, assistentes de e-commerce, analistas de métricas, links patrocinados, SEO, fotógrafos, designers, gerentes e analistas de Marketing Digital.
“O próprio Google vem criando profissões, como analistas de métricas, de SEO e de links patrocinados. Já os profissionais especializados em experiência do usuário são importantes, para gerar conteúdo, fotos e vídeos online”, ressalta Salvador. A expansão das mídias sociais também demandará cada vez mais cargos específicos. Caso de gerentes, coordenadores e assistentes de mídias sociais, assim como diretores e coordenadores de conteúdo.
Mas, apesar do aumento de oportunidades oferecidas, o empreendedorismo impera no varejo eletrônico brasileiro e a baixa barreira financeira de entrada faz com que muitas pessoas abram lojas virtuais para revender produtos. Segundo o levantamento, 50% dos 282 profissionais de e-commerce entrevistados, em parceria com a e-bit, afirmaram ser sócio-proprietários das empresas.
Indicações são meio mais efetivo para contratação
O cenário de empreendedorismo também pode ser explicado pela dificuldade em encontrar mão de obra qualificada. A maioria dos pesquisados (79%) afirmou que os profissionais não atendiam a todas as habilidades necessárias, enquanto 22% não sabiam onde encontrar currículos específicos. Para 20%, os salários pedidos eram mais altos do que poderiam oferecer e 9% dos candidatos já estavam empregados em outra empresa.
O profissional de e-commerce precisa ter uma visão geral do negócio e entender de tudo um pouco, desde a parte comercial, até a financeira, de operação e logística. Há muitos profissionais focados em apenas um assunto e as empresas acabam tendo de desenvolver outras habilidades nestas pessoas. Hoje, todos os profissionais de e-commerce em nível gerencial médio estão empregados, o que acaba gerando uma rotatividade no mercado”, conta o executivo da Ecommerce School.
Na hora de prospectar profissionais, as indicações ainda são o meio mais efetivo. Dos executivos que contrataram nos últimos seis meses, 64% chegaram aos candidatos por meio de amigos, parentes ou colegas de trabalho. As redes sociais vêm apresentando uma importância crescente: 11% encontraram os profissionais por meio de sites como LinkedIn e Twitter.
Salários acima de R$ 5 mil
Com o alto índice de rotatividade no mercado, a solução para manter um funcionário são os bônus mais agressivos no atingimento de metas, principalmente no caso de empresas de médio e grande portes. A pesquisa indicou que 21% dos profissionais de e-commerce recebem entre R$ 3 mil e R$ 5 mil, 19% entre R$ 5 mil e R$ 8 mil, 7% de R$ 8 mil a R$ 12 mil e 8% acima de R$ 12 mil. A maior parte (28%), no entanto, recebe entre R$ 1 mil e R$ 3 mil e 5% chegam a ganhar menos de R$ 1 mil.
Em relação ao grau de entendimento dos gerentes de e-commerce, o atendimento ao cliente é a atividade mais dominada pelos profissionais, com 21% tendo afirmado ter “muito conhecimento”. Em seguida, aparecem técnicas de vendas (20%) e Marketing Digital (19%). O atendimento também é considerado como uma atividade prioritária para quem deseja trabalhar como gerente de e-commerce, citado por 79% como “muito importante” e 14% como “importante”.
“Os profissionais de e-commerce consideram muito importante ter conhecimentos no atendimento ao cliente e no Marketing Digital. Por outro lado, quando avaliamos as atividades que mais conheciam, a parte de expedição, logística e gestão financeira mostrou-se uma fraqueza, o que acaba se refletindo no mundo real. Hoje, o maior índice de reclamações no e-commerce é por causa de logística”, lembra Salvador, autor do livro “Como abrir uma loja virtual de sucesso”.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Planejamento: palavras de quem entende do assunto, Martin Weigel


O bom Planejamento fala com autoridade. O mundo não precisa de mais uma opinião. Como idiotas, todos nós temos uma. E isso não é suficiente. O papel do Planejamento é ser a opinião mais bem informada da mesa. O ponto de partida do Planejamento é pesquisa e conhecimento, não meramente opinião(...)
O bom Planejamento define o problema. A coisa mais valiosa que o Planejamento pode fazer é definir o problema com precisão e imaginação. Adrian Holmes, ex-presidente da Lowe, dizia: “Grandes soluções precisam de grandes problemas”. Definir o problema real – bem além do chavão (awereness, alguém?) – é o teste final da habilidade de um planejador.(...) Planners são, antes de qualquer coisa, definidores do problema.
O bom Planejamento é corajoso. Falamos muito sobre a necessidade dos clientes serem corajosos. Mas os planners também precisam ser. Quando planejadores enxergam como sua tarefa colocar o primeiro pensamento corajoso na mesa, as coisas se tornam interessantes com mais rapidez. Mostra aos criativos que há diversão no desafio. E se o cliente compra um ponto de partida interessante, quer dizer que já depositou confiança em um final interessante.
O bom Planejamento se interessa muito pelo trabalho. ‘Brife e esqueça’ é a forma mais preguiçosa de Planejamento que existe. Os planners mais bem sucedidos – os que mais contribuem para o trabalho – não abandonam o trabalho até que ele realmente veja a luz do dia. (...)


Como eu disse, o papel do Planejamento é ser a opinião mais informada da mesa. Ser informado sobre como o mundo funciona é fonte de autoridade do Planejamento. (...)
Em termos de lidar com pesquisa, eu incentivaria os planejadores a fazer da pesquisa um amigo. O Planejamento não consegue bancar-se apenas sondando pesquisa à distância. A maioria das pesquisas, no entanto, é feita pelos motivos errados. A maioria delas mostra um fraco entendimento da psicologia humana. Ainda colocam valor excessivo em perguntar ás pessoas o que querem e o que fazem. No entanto, quem mais critica a pesquisa tende a ser aqueles com o entendimento mais fraco das metodologias.
Lidar com pesquisa significa entender todas as variedades de metodologias quantitativas e qualitativas. Isso significa compreender todas as possibilidades de fontes de dados, sejam elas compradas, proprietárias ou de livre acesso. (...)
Por fim, a mais valiosa forma de pesquisa que podemos conduzir é o entendimento do que realmente aconteceu no mercado e aplicar os aprendizados para fazermos melhor da próxima vez. Lidar com este tipo de pesquisa exige maestria no conhecimento das fontes de dados e um entendimento (cada vez mais raro, a meu ver) da diferença entre efeitos da comunicação (como awareness, views, likes, retweets, etc) e efeitos de business (como lucratividade, share, etc), alem da habilidade de interrogar o impacto de um no outro. (...)


Creio que isso nos lembrou de alguma verdades eternas sobre a arte de planejar:
1 – Planejamento não é teoria. Seu produto final não é PowerPoint. Seu propósito é ação e mudança no mundo real. Ele resulta em coisas. Somos arquitetos da escolha e do comportamento.
2 – A primeira e vital contribuição do Planejamento é o diagnóstico de problemas e desafios. É estabelecer objetivos claros. Todos os palestrantes nos lembraram que o sucesso começa quando perguntamos a nós mesmos: ‘O que exatamente estamos tentando alcançar e por que isso importa?’
3 – Isso exige determinação e compromisso. Uma vez que se tem um plano, é preciso colocar todo o seu peso e recursos contra ele, sem equivocar.
4 – Uma execução corajosa começa com uma estratégia ambiciosa, audaciosa e corajosa. Não há como ter uma estratégia tímida e esperar que algo brilhante saia dali.
5 – O sucesso depende da transferência de entusiasmo. Do cliente à agência. Dos planejadores aos criativos. Da marca ao consumidor. Fazer com que todo mundo seja parte do plano – oficialmente e contribuindo – é essencial. E em equipes grandes e diversas, Planejamento de sucesso exige a habilidade das pessoas como nunca antes. Planners não conseguem mais ser geeks sem nenhuma habilidade social.
6 – Planejamento é, acima de tudo, uma forma de pensar e abordar problemas e desafios, não uma maneira de chegar a um plano rígido e fixo. Em ambientes flexíveis e dinâmicos, o processo e rigor do Planejamento – o perguntar as questões certas – importa mais do que o plano. Devemos ser capazes de nos adaptar e mudarmos.
(...)
Dicas:
1 – Lembre-se que não é porque você é chamado de ‘planner’ que será a pessoa mais inteligente da sala. E isso permanecerá verdadeiro para o resto da sua carreira.
2 – Não trabalhe com idiotas – encontre boas pessoas para trabalhar.
3 – Lembre-se de que enquanto você (ainda) não sabe mais do que alguém, pode trabalhar mais pesado do que qualquer um.
4 – Transforme em seu negócio conhecer os da empresa e do consumidor melhor do que qualquer um – leia todos os reports do Nielsen e estudos de tracking, e você será imediatamente útil.
5 – Leia tudo o que o Stephen King escreveu [não esperava por essa]– em meio à retórica e moda do nosso mercado. É uma referência inestimável de sanidade e sabedoria atemporal.
6 – Não acredite em tudo que você lê em blogs e estudos de caso.
7 – Conheça o que todo mundo faz no seu trabalho e fique amigo deles. Você é apenas uma engrenagem – conheça o resto de como a máquina funciona.


[Este é um resumo de uma entrevista realizada com Martin Weigel, Head of Planning da Wieden+Kennedy Amsterdam]
Fonte: Un Planned

domingo, 28 de agosto de 2011

Startup: 10 jovens empreendedores brasileiros na internet





O dinamismo do mundo tecnológico foi o que atraiu a engenheira civil Joana Picq para a área. Filha de pai francês e mãe brasileira, Joana sempre acompanhou a diferença na oferta de serviços domésticos por aqui e na Europa. Com o aumento do acesso à internet, ela viu uma oportunidade de conectar prestadores de serviços - domésticas, babás, pintores e jardineiros, entre outros - à demanda.

Joana Picq, AchaLáNo final de 2010, o AchaLá foi lançado na Rocinha, no Rio de Janeiro, durante um evento conjunto com o Instituto Reação. O portal de classificados online trabalha com o público anunciante, composto por prestadores de serviços das classes C, D e E, e o contratante, formado pelas classes A, B e C. Para garantir a qualidade na indicação, são verificados o CPF e as referências dos anunciantes.

No início da empreitada, Joana contava com o sócio fundador Bruno Ajuz como anjo e conselheiro. No início deste ano, Luisa Ribeiro, que conhecia Joana desde pequena, soube do projeto e entrou como CEO. “Contratar as pessoas erradas pode quebrar uma empresa”, destaca Joana. “Acompanhar somente os números do Google Analytics em vez de ouvir o feedback dos seus usuários também pode ser fatal”, acrescenta.

O AchaLá já recebeu R$ 30 mil de investimento dos próprios fundadores. O desafio da startup agora é financiar a expansão e a operação nos próximos 18 meses, período em que devem ser implantados modelos de monetização. A estimativa é de faturar R$ 1,5 milhão em 2012.

Marcos Passos, Bookess
O mundo virtual começou a fazer parte da vida de Marcos Passos, que mora em Florianópolis, Santa Catarina, bem cedo. Com apenas 13 anos, laçou o primeiro site, sobre animes. Assim como outros projetos de internet, que começaram como “brincadeira”, o site decolou e chegou a receber 50 mil visitas únicas por dia. Passos decidiu se dedicar a outros projetos e a gestão do site acabou sendo entregue à comunidade de fãs.

O empreendedor teve a ideia de montar a Bokess depois de ter esquecido em casa um livro que estava lendo durante certa viagem. Ele começou a pensar em uma solução para poder continuar a ler uma obra de onde estivesse. Durante oito meses, trabalhou na ideia, até desenvolver a plataforma editorial online, que permite que conteúdos digitais sejam publicados e vendidos, e que possam ainda ser acessados pela internet ou por leitores digitais e tablets.

A Bookes é um mix de editora virtual e comunidade de autores e leitores. Passos a define como uma ferramenta de autopublicação. A startup já recebeu investimentos, mas os sócios não revelam quanto. O empreendimento já soma R$ 150 mil em faturamento e pode ir além, com a pretensão de ganhar escala global. O empreendedor quer estar à frente das mudanças que estão ocorrendo no mercado editorial. “Esta transformação está apenas começando, mas nós estamos entre os líderes revolucionários”, diz

Rafael Zatti, Ideias.me
Foi durante uma entrevista sobre crowdsourcing que Rafael Zatti, teve a ideia de criar uma plataforma através da qual empresas brasileiras pudessem explorar a inteligência coletiva. O fato de Zatti ter estudado Engenharia Elétrica poupou tempo e encurtou o caminho para que o projeto virasse realidade. O primeiro passo para se inteirar sobre o assunto e sua viabilidade foi criar um blog sobre crowdsourcing. Ele escreveu durante quase um ano sobre o tema para amadurecer a ideia da plataforma. Hoje soma 180 artigos e quatro e-books sobre crowdsourcing e inovação aberta.

Com o conhecimento acumulado e a experiência que tinha em programação, angariou investimentos junto à família e, vendo que o risco seria baixo, decidiu corrê-lo. A Ideas.me abriu as portas oficialmente em fevereiro deste ano. Vender desafios para grandes empresas foi a estratégia inicial da startup, que chamou a atenção da Vivo.

A próxima aposta de Zatti é usar a plataforma para prestar um serviço que permitirá a pequenas e médias empresas resolver problemas por meio da inteligência coletiva. Entre os planos futuros, a intenção é expandir para outros países, como Chile e Argentina, e disseminar a cultura de colaboração no Brasil como forma de interagir com os clientes.

Anna Valenzuela, Migux
A rede social para crianças Migux nasceu a partir da observação da empreendedora Anna Valenzuela do mercado de internet brasileiro. “Sabíamos que as crianças estavam usando produtos de internet – Orkut, MSN e afins – que não haviam sido concebidos para eles. Não nos preparamos, simplesmente fizemos”, conta. O projeto foi lançado em 2008 e contava seis sócios, todos com experiência em portal da internet. Atualmente, restam apenas dois.

O Migux foi o primeiro produto da startup Brancaleone, antes focada na criação de diversos produtos. “Quando lançamos o Migux, cerca de um ano e meio após a abertura da empresa, rapidamente percebemos que ali estava nosso business e que precisaríamos rapidamente ajustar a rota da empresa e, claro, nosso foco”, lembra.

Anna afirma que o diferencial do projeto está no apoio de educadores. “É uma rede com três milhões de usuários, associada à inteligência coletiva, criatividade digital e responsabilidade social”, detalha. O espaço seleciona conteúdo infantil de diversas partes do mundo para disponibilizar aos usuários. O Migux ainda não recebeu investimento externo e não divulga seu faturamento. A expectativa para os próximos três anos é que a rede esteja consolidada no universo infantil, além da expansão do empreendimento para desenhos, coleção de livros e aplicativos.

Hugo Barros, Crowdtest
Quando o mineiro Hugo Barros criou o Crowdtest, em 2010, já trazia experiência de negócios anteriores na bagagem. Os dois primeiros deixaram de existir com menos de um ano de vida, enquanto o terceiro – a Base2, de testes de software – serviu de base para o empreendimento que ele considera como preferido, por ser executado exclusivamente pela internet.

Voltado para o mercado de terceirização de software, o Crowdtest paga internautas para identificarem falhas, avaliando a qualidade do software para as empresas. Para o fundador da startup, o diferencial está no serviço rápido a um custo baixo. Foi através da pesquisa de uma das consultorias do Programa Prime, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que o mineiro soube da demanda reprimida para o serviço.

Para viabilizar o projeto, Barros e seu sócio, Robert Pereira, captaram a soma de R$ 280 mil em investimentos provenientes de instituições de amparo à pesquisa e de um investidor-anjo da Aceleradora, que virou sócio minoritário da empresa. Para este ano, a projeção de faturamento é de R$ 930 mil.

Adriano Brandão, Navegg
Com mais de uma década de experiência no mundo online, Adriano Brandão criou o Navegg de forma despretensiosa, em 2009. Um dos sócios, Luciano Juvinski, precisava de uma secadora e, por acaso, deparou-se com um anúncio em um portal. Ele se perguntou se o anuncio teria sido exibido especialmente para ele e, quando conclui que não era o caso, surgiu a ideia de criar um sistema que permitisse a exibição de anúncios personalizados para os desejos de cada internauta.

Nos meses seguintes, Brandão, Juvinski e outro sócio, Pedro Cruz, se dedicaram à análise de mercado e ao desenvolvimento do projeto. A Navegg trabalha com soluções para que os sites aprimorem e personalizem os anúncios de acordo com o perfil dos visitantes.

A empresa recebeu seu primeiro investimento do fundo de capital-anjo Astella, que também auxiliou no desenvolvimento do negócio. Neste ano, 70% do capital do negócio foi adquirido pelo grupo BuscaPé. Para ter sucesso, Brandão defende que é preciso ter equilíbrio entre o trabalho cotidiano e a visão estratégica. “Em startups, geralmente enxutas e horizontais, onde todo mundo participa de tudo, há a tentação constante de se mergulhar de cabeça no dia-a-dia operacional. Fuja disso”, aconselha.

Marcos Roberto Oliveira e André Teixeira, Urbanizo
O brasiliense Marcos Roberto Oliveira trabalha com o mundo digital há mais de dez anos. Ele e seu sócio no Urbanizo, André Teixeira, são formados em Ciência da Computação. Além do conhecimento, a dupla também soma experiência em empreendedorismo digital. “Realizamos diariamente um grande esforço aqui em Brasília para fomentar o empreendedorismo, já que a cidade é dominada pelo funcionalismo público”, comenta Oliveira.

A primeira aventura neste meio foi em um site de fotos de festas de Brasília, quando Teixeira, Oliveira e outras três pessoas tinham cerca de 16 anos. A ideia não vingou e Oliveira passou a desenvolver sites e portais na internet até se juntar a cinco amigos para criar a Intacto, que funciona até hoje. A empresa desenvolve soluções para TV digital e software sob demanda para o Governo Federal.

Ao observar a alta demanda por imóveis, Oliveira notou a dificuldade que havia para descobrir se os valores cobrados eram justos ou não. Corretores, imobiliárias e compradores confirmaram a necessidade da tecnologia. Surgiu então a ideia do Urbanizo, site que vai comparar o preço do metro quadrado em imóveis de diversas cidades e estados do país. André Teixeira entrou para o projeto nos primeiros seis meses. O Urbanizo ainda não está em atividade, mas já foi escolhido pelo programa Sua ideia vale um milhão, do Grupo BuscaPé, que tornou-se sócio da empresa e investirá R$ 300 mil nela. O projeto vai iniciar com quatro grandes centros urbanos brasileiros e deve ser expandido para outras cidades e países.

Felipe Salvini, Sieve
Com apenas 27 anos, Felipe Salvin, já pode se considerar um empreendedor serial. Sua primeira empresa, de hospedagem de sites, chegou a contar com 500 clientes e, após dois anos de vida, acabou sendo vendida. Já o segundo negócio, na área de voz sobre IP (VoIP), fechou as portas após oito meses de operação. “Aprendi que ter empresa consome muito dinheiro de forma muito rápida”, ele conta.

Foi durante a Campus Party, evento que reúne profissionais e entusiastas da internet em São Paulo, que seu terceiro negócio decolou. Ele venceu o concurso Campuseiros Empreendem com a Sieve, empresa de inteligência competitiva para o mercado de comércio eletrônico. A startup começou no quarto de Salvini, no Rio de Janeiro, com dois estagiários. Meses mais tarde, eles entraram para a incubadora de negócios da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Nos próximos dois anos, a meta da empresa é tornar-se referência em monitoramento de preços no e-commerce brasileiro e partir para a internacionalização. Além de Salvini, a startup tem como sócios, Luis Vabo, um investidor-anjo e um fundo.

Mayara Campos, Tutudo

A Tutudo tem apenas seis meses de vida. Entretanto, a general manager da startup, Mayara Campos, já percorre o caminho dos jogos sociais há muito mais tempo. Com passagem pelas duas principais empresas do ramo voltadas a América Latina – Mentez e Vostu –, acompanhou de perto o mercado e mapeou os hábitos dos brasileiros em jogos sociais durante três anos. “Aprendi que e os brasileiros estão bem abertos para novos hábitos, principalmente na internet.”

A startup possui três sócios, um deles a Bossa Nova Investimentos. Até o final do ano, deve ser feita uma nova rodada com investidores. Para atraí-los, Mayara aposta em dois fatores: conhecimento e paixão pelo que se faz. A dedicação é determinante também na composição da equipe que integra a empresa. “Um dos fatores mais importantes para a empresa dar certo ou não são as pessoas que estão envolvidas. Busque aquelas com perfil complementar ao seu, motivadas e que acreditem o tanto quanto você no negócio”, ela recomenda.

A Tutudo funciona como uma carteira virtual, que permite que o usuário faça pagamentos pela internet, tanto em jogos sociais como em outros serviços. A vantagem é que ela não precisa ser carregada apenas pela internet, permitindo que consumidores que não têm cartão de crédito também possam utilizar o serviço. É possível comprar créditos através de uma rede de mais 230 mil pontos de venda, incluindo lotéricas, farmácias e padarias.

Mauro Ribeiro, Empreendemia
Desde os tempos de escola, Mauro Ribeiro já criava os primeiros sites como aventura pessoal e atendia os primeiros clientes. Aos poucos, a curiosidade pela internet, suas formas de organização e interatividade o levaram a cursar Engenharia da Computação. A expansão das redes sociais o inspirou a ter seu empreendimento.

No início, Ribeiro pensou em uma rede para conectar médicos e fornecedores de equipamentos e produtos, mas achou inviável. Mais tarde, Ribeiro conheceu Millor Machado e Luiz Alberto Piovesana, que criaram o blog Saia do Lugar, voltado a empreendedores, e tinham o projeto de criar uma rede social para este público. A Empreendemia nasceria em 2009, em Campinas, São Paulo.

O site reúne pequenos empreendedores em uma espécie de vitrine virtual – organizada a partir da atividade e região – para troca de contatos e oportunidades de negócios. “No geral, é alguém que acabou de conhecer a internet e ainda está em processo de aprendizado, ou que não tem tempo de pesquisar fornecedores”, explica Ribeiro. Em 2010, o faturamento da startup foi de R$ 40 mil, montante já atingido neste ano, em julho. “Estamos buscando um sócio investidor para financiar uma expansão mais agressiva no início de 2012. Chegou a hora de fazer a empresa decolar”, diz.

Fonte: FBDE

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Neurociência - Prefira design arredondado


Um estudo feito por neurocientistas da Harvard Medical School descobriu que pessoas quando observavam fotos de objetos do cotidiano como sofás, cadeiras e aparadores, instintivamente preferiam os itens com bordas arredondadas em lugar daquelas com beiradas pontiagudas ou com ângulos retos. A hipótese aqui é que nosso cérebro tem um padrão de comportamento intrínseco e automático de evitar ângulos retos porque os entende como perigosos. 

8 erros que as empresas cometem nas redes sociais >>SE PREPARE ANTES


Saiba como usar as redes sociais a favor do seu negócio, evitando as gafes cometidas por muitas empresas


Facebook

As redes sociais são importantes aliadas de empresas interessadas em se aproximar de seus consumidores e construir um relacionamento duradouro com eles. Mas, para garantir o sucesso da estratégia, é necessário entender como funciona este universo e evitar deslizes comuns que podem transformar estes canais em temíveis algozes da sua reputação.

A WebMint, empresa especializada em comunicação digital do Grupo Mint, mapeou com exclusividade para EXAME.com os erros mais frequentes que as empresas cometem em suas estratégias de mídias sociais. Saiba quais são eles e confira as dicas de Victor Macedo, diretor do Grupo Mint, para evita-los: 
1. Não ouvir os clientes
Ao mostrar sua cara nas redes sociais, uma empresa deve estar preparada tanto para ouvir elogios quanto reclamações e responder de maneira satisfatória ao cliente. Os comentários devem funcionar como indicadores de qualidade dos produtos e serviços que a empresa está oferecendo. “É nas críticas que estão as melhores oportunidades de mudança”, diz o especialista. [Esta frase é muito verdadeira, pois eu mesmo já consegui reverter insatisfação em clientes. Basta saber conversar e reconhecer seus erros. O cliente pode não ter razão, mas um fundo de verdade tem.]
2. Não interagir com os clientes
Criar um perfil nas redes sociais e deixa-lo às moscas é o maior erro que uma empresa pode cometer. Crie uma estratégia para manter seu perfil sempre atualizado com novidades e dialogue com os seus fãs e seguidores – dessa forma eles se sentirão estimulados a continuar interagindo com a sua marca. 
3. Não monitorar os resultados
Deixar de observar como sua marca está repercutindo nas redes sociais é um risco que nenhuma empresa pode se dar ao luxo de correr. Mesmo que você não tenha um perfil, conversas espontâneas envolvendo seus produtos e serviços podem estar acontecendo sem que você se de conta. Na melhor das hipóteses, você pode estar perdendo uma oportunidade de entender como os seus clientes pensam e se comportam em relação à sua marca. Na pior, pode estar alheio enquanto uma campanha negativa de graves proporções atinge sua credibilidade. “Tenha uma equipe preparada para monitorar os perfis e antecipar possíveis crises”, alerta Macedo.

4. Perder a concorrência de vista
Deixar de monitorar seus concorrentes fará com que sua empresa esteja sempre um passo atrás. Acompanhe o que outras empresas estão fazendo para poder identificar tendências e avaliar os principais erros e acertos. “O objetivo não é copiar, mas se manter atualizado sobre o que está sendo feito e de que maneira você pode adaptar para a realidade da sua empresa”, recomenda o especialista.
5. Agir de maneira precipitada
As redes sociais abrem espaço para um relacionamento menos duro e formal com o cliente, mas é preciso ter muito cuidado para não reagir de maneira precipitada diante de reclamações e denúncias. Apure as informações antes de tomar qualquer providência. “Não saia dando RT ou respondendo questionamentos antes de entender a atmosfera na qual aquela mensagem se encontra. É preciso ter o cuidado de buscar fontes e outros usuários para confirmar informações e histórias”, opina o diretor.
6. Pecar na revisão
As informações se propagam muito rapidamente nas redes sociais, portanto faça uma boa checagem antes de publicar algo. Revise o português, verifique os links e o próprio conteúdo da mensagem. “Frações de segundos podem causar um grande barulho negativo (ou positivo) na sua divulgação”, lembra Macedo.
7. Embarcar na fofoca digital
Usar as redes para difamar a concorrência é uma falha grave na estratégia de mídias sociais. “Falar mal de concorrentes pode causar não só a morte da reputação digital da empresa como também da marca off-line”, destaca o especialista. “Se a sua empresa contratou uma agência para realizar esse tipo de trabalho, tenha atenção redobrada”, acrescenta. 
8. Menosprezar a relevância do conteúdo
Bombardear os clientes apenas com informações institucionais e se autopromover o tempo todo vai afastá-los do seu perfil. Alimente sua conta com informações úteis, interessantes e relevantes para o seu público. “A mesma rapidez com a qual um usuário escolhe seguir uma empresa no Twitter é a que o faz desistir quando seu canal não tem mais nada de interessante para transmitir”, alerta Macedo.
Fonte: Exame



quinta-feira, 25 de agosto de 2011

ATENÇÃO! A geração Z está aí e precisa consumir


A geração Z é a principal produtora e disseminadora de conteúdo na internet. Os jovens entre 12 e 19 anos estão cada vez mais conectados e provam de uma vez por todas que é para o ambiente online que as marcas devem voltar sua atenção. De acordo com uma pesquisa realizada pela Quest Inteligência de Mercado, 79% dos internautas da geração Z são agentes de mudanças que criam e compartilham informações como vídeos, textos e músicas na web.
Nos indivíduos Y, de 20 a 31 anos, o percentual é de 71%, enquanto na geração X, que compreende pessoas entre 32 e 51 anos, apenas 48% têm o costume de promover conteúdo online. Os números mostram o enorme potencial da internet e, principalmente, das redes sociais como canais de comunicação e conexão entre marcas e consumidores. A realidade, no entanto, apresenta um grande desafio para as empresas que precisam ser cada vez mais transparentes e inovadoras para se destacarem no meio da multidão.
A boa notícia é que o meio digital é democrático e abre espaço para empresas dos mais diversos portes, assim como os consumidores Z, que estão dispostos a experimentar e dar uma chance para as novas marcas. “A geração Z é mais voltada às novidades e à diferenciação no que de consome. É também menos preocupada com dinheiro, ao contrário da X. Então acaba propensa a comprar por impulso”, explica Luís César Périssé, Sócio-Diretor da Quest Inteligência de Mercado e coordenador da pesquisa em entrevista ao Mundo do Marketing.
Mobilidade maior entre os jovens
Engana-se quem pensa que os consumidores Z ainda não estão inseridos no mercado consumidor. Além de serem influenciadores de compra, [por mais que esses consumidores não tenham dinheiro, eles influenciam diretamente as pessoas que tem esse dinheiro: os Pais] mesmo com menos de 20 anos, 1/3 dos jovens já trabalha e tem, em média, um rendimento mensal de R$ 820,00. Para se aproximar deste público, mais uma vez, as redes sociais aparecem como um importante canal de relacionamento.
De acordo com o estudo, que entrevistou 600 pessoas em São Paulo, com idades de 14 a 51 anos, 99% dos internautas da geração Z estão nas redes sociais, sendo 94% no Orkut, e mantendo, em média, 2,4 perfis nos sites. Mas a tendência é que as marcas ultrapassem a barreira dos desktops e notebooks e sejam ainda mais móveis para alcançar estes consumidores.
O levantamento da Quest constatou que os jovens entre 12 e 19 anos estão migrando do computador para os dispositivos mobile e usam cada vez mais as funcionalidades do celular para entretenimento, como música, jogos, fotos e TV, além de interação social, por meio de SMS, MSN, torpedos e e-mails.
“A geração Z, embora tenha penetração de celular menor, com 75% contra 85% da X e 86% da Y, utiliza com mais frequência os recursos disponíveis. Enquanto apenas 9% dos consumidores X leem e-mail no celular, esse índice sobe para 25% na geração Z, que também assiste mais TV, com 15% contra 2% da X”, conta Périssé.
Geração Z quer novidades
Assim como as outras gerações, a Z vem aumentando sua participação no e-commerce e dá preferência para celulares, material de informática e som na hora de consumir. Para escolher, novidade e diferenciação têm um grau de importância de 6,5 em uma escala de 0 a 10 para os consumidores mais jovens, enquanto na geração Y o número é de 5,6 e na Z, 4,7. A compra por impulso também é mais forte neste grupo, com um índice de 4,9, contra 4,6 e 3,5, respectivamente de Y e X.
A vontade de economizar, no entanto, aparece com mais frequência nos consumidores de 32 a 51 anos, enquanto os jovens de 20 a 31 anos mostram-se mais interessados em fazer pesquisas na internet antes de comprar. Comparada às outras gerações, a Z também é a mais disposta a adquirir roupas que estão na moda, produtos luxuosos e novidades tecnológicas. Apesar de dar preferência a itens de marca e escolher um produto para se tornar diferente dos outros, os consumidores Z aparecem como os mais propensos a experimentar um lançamento.
Novos hábitos
O levantamento indicou ainda que apenas 5% dos jovens da geração Z fumam, enquanto nas gerações Y e X os resultados sobem para 17% e 18%, respectivamente. Os mais jovens também são vaidosos. Sessenta por cento usam produtos de beleza para rosto e corpo, ante 54% dos Y e 51% dos X. Os nativos da Z, no entanto, são os que menos cultivam o hábito da leitura. Apenas 41% afirmaram ler livros, jornais e revistas, contra 53% da Y e 55% da X.
A geração Z está lendo muito mais na internet do que nos próprios livros, mas uma coisa que nos preocupa como tendência comportamental é o fato de que eles se aprofundam muito pouco sobre os assuntos [ou seja, será mais difícil atrair a atenção desses consumidores. Com isso, temos que criar informações mais enxutas e relevântes]. O grau de conhecimento é menor do que o das gerações anteriores. O desafio para as próprias empresas é se adaptar a esses futuros profissionais”, ressalta o Sócio-Diretor da Quest.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Como Brastemp, Renault, Arezzo e Twix reverteram a crise nas redes sociais



Casos recentes das empresas provam o poder de repercussão dos erros das marcas na internet

Errar é humano, já diz o ditado popular, mas será que as marcas também têm esse direito? As mídias sociais se tornaram verdadeiras armas para os consumidores cobrarem serviços, demonstrarem indignação e não deixarem nenhum deslize das empresas passar em branco. Nos últimos meses, companhias de grande porte como Brastemp, Renault, Mars Brasil e Arezzo estiveram expostas negativamente nas redes sociais e trabalharam para contornar o momento de crise.
Os motivos que levam as marcas a grandes repercussões na internet são diversos e dificilmente poderão ser detidos pelas empresas. A solução é contornar o problema. "As crises são desdobramentos de um fato, não são o fato em si. O mesmo fato pode ter desdobramentos totalmente diferentes em função da época e da cultura local", explica José Eduardo Prestes, professor em Comunicação Corporativa na pós-graduação da ESPM e especialista em Gestão de Crises, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Não é de hoje que ocorrem crises gerenciais na relação das empresas com os consumidores, mas a mudança de ambiente destas questões trouxe muito mais abrangência e velocidade aos danos de imagem e reputação das marcas. Se antes as reclamações dos clientes saiam em pequenas notas no jornal, poucas pessoas viam e, às vezes, apenas alguns funcionários da empresa sabiam do ocorrido, agora, a repercussão de um problema de um consumidor na web pode ter um alcance mundial.
Não é uma Brastemp
A Brastemp foi uma das marcas que tiveram repercussão internacional recentemente com o caso do consumidor Oswaldo Borelli, que chegou aos Trending Topics Mundiais do Twitter. A história começa quando o morador de São Paulo, após 90 dias sem geladeira e 10 ligações para o SAC da empresa, resolve colocar seu refrigerador Brastemp na porta de casa e gravar um vídeo contando todo o caso.
A Brastemp tomou conhecimento do vídeo no mesmo dia em que foi postado, quando o filme tinha apenas 200 visualizações. "Nossa primeira posição foi resolver o problema do consumidor. A segunda foi verificar onde ocorreu a falha no atendimento. A partir disso, treinamos novamente todos os nossos profissionais que atuam no atendimento ao consumidor, para garantir que esse tipo de problema não voltasse a se repetir", conta Cláudia Sender, Diretora de Marketing da Brastemp, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Após reconhecer o erro, a empresa ainda prestou um esclarecimento por meio dos veículos de comunicação e aos consumidores na internet, explicando que havia entrado em contato com Borelli para solucionar o problema e lamentando o ocorrido. "O caso da Brastemp teve uma repercussão grande, mas o posicionamento da empresa acabou revertendo o episódio. Quando o consumidor recebeu o refrigerador, todo mundo também ficou sabendo e acabou retornando para marca como algo positivo", afirma Elizangela Grigoletti, Gerente de Marketing e Inteligência da MITI Inteligência, em entrevista ao portal.
Meu Carro Falha
Ao contrário da Brastemp, a Renault falhou na hora de gerenciar a crise e acabou por colocar um cliente na justiça. Para reclamar das tentativas de consertar o seu Renault Megani, que nunca saiu da garagem por problemas técnicos, Daniely Argenton criou o site Meu Carro Falha, em fevereiro de 2011, que chegou a receber mais de 700 mil visitas em um mês. Diante da iniciativa, a montadora solicitou uma liminar judicial para que a consumidora tirasse o endereço do ar no período de 48 horas, além de todas as reclamações realizadas nas redes sociais.
"Quando a Renault utilizou o sistema jurídico para bloquear as ações da consumidora, transformou a crise em uma crise de caráter", comenta Prestes, da ESPM. Após discussões entre a consumidora e a empresa, ambas chegarem a um acordo, que incluia o pagamento das despesas e o ressarcimento em relação aos danos causados pelo veículo. Consciente do erro, a Renault Brasil optou por lançar um comunicado se desculpando com o público em geral e doou um Clio 0km para a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD).
Para a maioria dos especialistas, no entanto, a Renault demorou a agir e não conseguiu reverter a situação por completo, deixando o caso como um exemplo negativo de gerencimento de crise. Ao encarar o problema, a montadora deveria tê-lo solucionado imediatamente. "O caminho correto para as empresas, quando encontram problemas deste tipo, é tentar resolver. Por causa de um carro, a Renault correu o risco de ter a imagem da marca manchada", acredita a Gerente de Marketing e Inteligência da MITI Inteligência.
Boicote Arezzo
Contrariando a máxima de que o cliente tem sempre razão, a Arezzo também não deixou os consumidores nada satisfeitos ao lançar a coleção PeleMania, composta por produtos feitos de pele de animais, em abril deste ano. "Houve falhas em dois momentos. Primeiro no planejamento, em que a marca não levou em conta os interesses e expectativas do consumidor em relação aos preceitos atuais como sustentabilidade e cuidado com o meio ambiente. O segundo momento foi a forma como a empresa se posicionou. Em nenhuma circunstância a marca sustentou o objetivo de ter levantado a campanha e não apresentou uma posição sobre o tema", comenta Elizangela.
Os internautas tampouco aprovaram a iniciativa e logo criaram protestos na web contra o comportamento da empresa. O caso foi parar em diversos portais de notícias e chegou ao primeiro lugar nos Trending Topics do Twitter. Segundo o estudo da MITI Inteligência, a página "Boicote Arezzo" ultrapassou o número de usuários da fan page oficial da marca em pouco tempo e, no dia 29 de abril, o boicote já registrava 6.503 membros contra 5.234 fãs da Arezzo.
Após o pronunciamento do presidente da empresa, Anderson Birman, a repercussão da marca se intensificou nas redes sociais. Entre 26 e 30 de abril, a Arezzo respondeu por 73,68% das interações nas mídias sociais, muito além de concorrentes como Via Uno (7,09%) e Schutz (7,32%), também de acordo com a pesquisa da MITI Inteligência. Deste percentual, 58,4% das citações eram negativas.
Para contornar o problema, a empresa colocou no site um comunicado ao público quatro dias após o início da repercussão e retirou toda a coleção das lojas. "Não entendemos como nossa responsabilidade o debate de uma causa tão ampla e controversa. Um dos nossos principais compromissos é oferecer as tendências de moda de forma ágil e acessível aos nossos consumidores", disse a companhia em pronunciamento, dando o assunto por encerrado.
"Mas não era disso que o consumidor estava reclamando, eles estavam questionando a postura da empresa de buscar alternativas como esta, simplesmente para moda e beleza. E a resposta não foi dada pelo canal correto. As reclamações estavam no Twitter e no Facebook, enquanto que a empresa se restringiu, no primeiro momento, a fazer uma notificação no site", expõe Elizangela sobre o comunicado da Arezzo.
Chuva de Twix
Outra ação mal sucedida por falta de planejamento ocorreu com a Mars Brasil. Neste caso, o feitiço virou contra o feiticeiro. Após realizar uma campanha viral nas redes sociais, os erros de desenvolvimento da ação repercutiram a proporção do impacto da campanha sobre os consumidores. O comercial viral prometia a distribuição de 16 mil barras do chocolate Twix, no dia 30 de maio de 2010, em plena Av. Paulista, principal via da cidade de São Paulo, mas a promoção não saiu como o esperado.
A ação de Marketing atraiu mais de quatro mil pessoas, ultrapassando as expectativas dos organizadores, e deixando metade do público de fora. Somente duas mil pessoas entraram no espaço da chuva de chocolates e mesmo assim muita gente não conseguiu pegar nenhuma unidade. Ocorreram falhas nos canhões que expeliam os produtos junto com papéis dourado picados e a impressão foi de muita promessa para pouco Twix.
Os consumidores frustrados não deixaram por menos e a ação da Mars também parou nos Trending Topics Brasil do Twitter com as hashtags #chuvadetwix e #chuvadetwixfail, além de uma página agressiva na internet. "O Twix não foi uma crise, foi transtorno operacional. Uma ação de Marketing que não foi bem gerenciada. A aparição das reclamações nas redes sociais não causou danos à imagem do produto. Este caso é um exemplo de crise contingencial, que será rapidamente esquecida e não causará dano à reputação da empresa", ressalta Prestes.
Após a tempestade
Mas depois de todo o burburinho nas redes sociais e nos portais de notícias, como ficaram as marcas perante os consumidores? O vídeo do senhor Borelli permanece no Youtube, com 806 mil visualizações. Em contrapartida, a campanha da Brastemp, "O Dia em que um sorriso parou São Paulo", no mesmo canal, possui mais de 2,3 milhões de visualizações.
"Não é bom ter alguém falando mal da sua marca nas redes sociais. É claro que isso vai surtir um impacto nos consumidores. Mas a Brastemp é uma empresa que está há 56 anos no Brasil. Os clientes acreditam na marca e são apaixonados por ela", declara a Diretora de Marketing da Brastemp. No mesmo patamar está a Mars Brasil, que alega que os consumidores usaram as plataformas sociais para comentar sobre o evento, da mesma forma que a empresa usou o canal para divulgar a ação.
No caso da Renault, o site Meu Carro Falha se tornou um canal de reclamações aberto ao público para compartilhar e buscar soluções para os problemas junto às montadoras. Uma seção no portal, no entanto, aconselha os clientes a resolverem seus problemas por meio do SAC da empresa ou do Procon, e que apenas em última instância as insatisfações sejam publicadas nas redes sociais. "Para os consumidores, a parte do carro já está superada, o que ficou foi a postura inadequada da empresa tentado cercear a liberdade de comunicação", completa Prestes.
Já a Arezzo surpreendeu o mercado e os especialistas que apostavam num prejuízo da marca após o escândalo da coleção de pele de animas. Além da fan page ter saltado de 5,3 mil usuários para mais 13,3 mil nos últimos meses, a empresa registrou um aumento no lucro líquido de 43,3% no segundo trimestre de 2011 em relação ao mesmo período de 2010 e um saldo positivo de R$ 24 milhões, com a venda de 1,56 milhões de pares de sapatos e 103 mil bolsas entre abril e junho. 
Fonte: Administradores

[Por acaso encontrei esse blog TIM.ENGANEI http://timenganei.blogspot.com/2009_01_01_archive.html que fala justamente sobre o tema do post.]

A influência das cores em uma loja virtual

A influência das cores em uma loja virtual



Ter um layout atrativo é fundamental para conquistar o cliente a partir de uma primeira impressão. Por isso, ao planejar o empreendimento online, as cores relacionadas ao logotipo e ao design em geral devem ser escolhidas para representar sua loja diante da necessidade do consumidor.

CONSUMIDORES: Novos parâmetros, novas atitudes, novas intenções de compra

Essa é uma aula de Marketing 3.0


A tecnologia mudou a forma de relacionamento dos consumidores e a cultura criativa está cada vez mais ligada as empresas.
(...)
Atenção, conhecimento, confiança e economia de tempo serão os bens mais valiosos que as empresas poderão proporcionar com sucesso.
(...)
O ato de pensar mais antes de comprar algo novo passou a ser uma medida importante num cenário de escassez.
(...)
Alguns anos atrás, o ato de conseguir descontos nas lojas era conhecido como “pechinchar”, agora, chama-se compra coletiva e atrai milhões de pessoas.
(...)
Novas formas de consumir criam uma nova cultura, mais criativa, próxima à troca e compartilhamento colaborativo, revitalizando o espírito do nosso tempo de viver cada vez mais em rede.


Fonte: HSM